O universo de trabalho do segmento de tecnologia parece estar longe de se livrar do sexismo, segundo pesquisa divulgada pelo Web Summit em outubro. Mais da metade das entrevistadas relatou experiências desse tipo e praticamente o mesmo percentual relata sentir-se pressionada a escolher entre família e carreira. Nesse caso, o problema foi acentuado em relação ao levantamento anterior.
Por outro lado, a pesquisa intitulada Women in Tech Survey mostra indicadores positivos. Entre eles, o levantamento mostrou um otimismo sobre o potencial da IA e da automação em termos de favorecer a igualdade de gênero. Uma informação relevante é que 8 em cada dez entrevistadas relatou que a alta gestão de suas empresas tem pelo menos uma representante feminina. E mais: quase 76% das inquiridas concordam que se sentem capacitadas para procurar e/ou ocupar cargos de liderança.
Um ponto de atenção nessa jornada é a questão de financiamento para as empreendedoras: 29,6% das entrevistadas citaram as dificuldades de financiamento como fator impeditivo para iniciar seu próprio negócio, o que seria um problema global.
Necessidade de mudança

De acordo com o Web Summit, existe uma necessidade evidente de mudança, inclusive porque aproximadamente 56% das mulheres ouvidas sentem que a indústria de tecnologia não funciona o suficiente para combater a desigualdade de gênero e 69% estão insatisfeitas com esforços para isso em âmbito governamental.
O Women in Tech 2024 igualmente confirma dados internacionais a respeito da igualdade de gênero. É o caso do levantamento da Nash Squared, que aponta que as mulheres ainda representam apenas 14% da liderança mundial de tecnologia. Já as informações do Banco Mundial, por sua vez, mostram que as mulheres ocupam entre 26% e 29% dos cargos de liderança.
Para combater o sexismo no mercado de trabalho, o Web Summit lançou um programa em 2015, com desconto para participação em eventos do setor e, inclusive, eventos exclusivos para mulheres.