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Liderança
Grandes trocas de estabelecimentos escolares, assim como mudanças entre estados e cidades na infância e adolescência, costumavam ser associadas a transtornos que arranham o futuro do indivíduo. Mas um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) descobriu que não é assim, necessariamente. Em resumo, relações duradouras podem surgir destas mudanças e, se mantidas – inclusive com o apoio de redes sociais – podem até favorecer o progresso econômico da pessoa.
Embora não fundamente o motivo do sucesso econômico com a manutenção das relações duradouras nas redes sociais – o que possivelmente pode ser atribuído a uma maior rede de contatos –, o estudo, baseado em uma grande quantidade de dados do Facebook, ilumina como as redes sociais produtivas são estruturadas para identificar eventos de vida que moldam as redes das pessoas.
Relações duradouras ampliam a rede e fazem diferença
Os autores analisaram as redes sociais à luz de um estudo de 1973 de Mark Granovetter, da Universidade de Stanford, denominado “A Força dos Laços Fracos”. Trata-se de um dos dez artigos de ciências sociais mais citados de todos os tempos onde está postulado que os “laços fracos” de uma rede (as pessoas que você conhece menos) também são vitais. Isto porque os melhores amigos podem ter redes bastante semelhantes, mas os “laços fracos” fornecem conexões adicionais que podem ser úteis para a vida profissional.
Eles descobriram que, ao avaliar todos os que moram em um mesmo estado desde 2012, aqueles que já haviam se mudado entre os estados dos EUA tinham 13% mais laços duradouros no Facebook do que aqueles que não tinham. Da mesma forma, as pessoas que mudaram de escola tiveram 10% mais laços longos do que as que não mudaram.
O Facebook não possui dados de renda de seus usuários, então os estudiosos usaram medidas substitutas para avaliar o sucesso financeiro. Pessoas com vínculos mais longos tendem a viver em áreas de maior renda, têm mais dispositivos conectados à internet, usam telefones celulares mais caros e fazem mais doações para causas beneficentes, em comparação com aqueles que não o fazem.
Para conduzir o novo estudo, os pesquisadores do MIT mapearam as interações recíprocas entre contas do Facebook nos Estados Unidos entre dezembro de 2020 e junho de 2021. O material denominado “Long ties, disruptive life events, and economic prosperity”, aparece em acesso aberto na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).