Quase metade dos brasileiros está cancelando as marcas de produtos quando detecta ligações com racismo, homofobia ou outro tipo de preconceito. A informação é um alerta para as empresas antenadas com a reputação das marcas que as representam, segundo levantamento da Nexus, que atua com inteligência de dados e faz parte da FSB Holding.
Se as razões forem estendidas para questões de compliance ou divergências políticas, o boicote pode aumentar para 59% das pessoas ouvidas na pesquisa. Em resumo: a retaliação às marcas, considerando todos os parâmetros citados, já teria sido praticada por seis em cada dez consumidores brasileiros.
Um olhar mais detalhado, mostrado pela revista Exame, indica outros motivos no ranking de cancelamento: 42% apontaram acusações de fraude e corrupção como principal motivo. O segundo tema polêmico são os impactos ambientais negativos (32%), seguidos das divergências políticas (26%).
O boicote também é diferenciado, sendo maior entre os brasileiros que têm renda acima de 10 salários mínimos. Neste caso, praticamente oito entre dez consumidores foram ativos no cancelamento de marcas. O público LGBTQIAPN+ também é bastante engajado: 71% dos representantes dessa comunidade já realizaram algum tipo de cancelamento de marca.
Além disso, dois em cada dez brasileiros são canceladores: além de boicotarem as marcas, também as criticam online, de acordo com a Nexus. Outro dado relevante é que 40% dos consumidores deixaram de seguir marcas nas redes sociais por causa de notícias negativas. E mais: 66% dos brasileiros já foram expostos com alguma frequência a postagens ou comentários estimulando boicote a produtos ou serviços. Quanto maior essa exposição, maiores as chances de boicote, na avaliação dos realizadores da pesquisa.
Intitulada “Reputação das marcas: o que move o comportamento dos brasileiros”, a avaliação da Nexus ouviu pouco mais de 2 mil pessoas, com 16 anos ou mais, em 26 estados e no Distrito Federal, na segunda quinzena de setembro de 2024.