A presença feminina no universo da Inteligência Artificial (IA) não é recente, como indicam os exemplos históricos de Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computadores do mundo, e Joan Clarke, criptoanalista que ajudou a decodificar o sistema de criptografia dos nazistas durante a Segunda Guerra. Mas, apesar do pioneirismo, elas ainda lutam por espaço.
A busca de território tem sido encampada por várias instituições, entre elas a Women in IA, que luta pela maior diversidade de gênero na área de STEM, sigla em inglês para ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Além da defesa de políticas inclusivas, a iniciativa global (com membros de 130 países) também mapeou o perfil das profissionais atuais de IA.
De acordo com o relatório da entidade, 21,5% das mulheres que atuam em IA atualmente estão trabalhando em atividades de Ciências de Dados, enquanto outras 18,5% são ligadas a algum tipo de gerenciamento. Outras 16% são pesquisadoras e 9,5% trabalham com Analytics. As áreas de engenharia de software (7,5%) e marketing (7.5%) também aparecem no radar, assim como a de vendas (3,5%) e de engenharia de dados (1%).
Outra visão abrangente da produção feminina sobre IA pode ser encontrada no livro Women in Artificial Intelligence (AI), que reúne 17 artigos de especialistas do mundo todo e que foi lançado no dia 11 de novembro de 2022, data internacionalmente dedicada a Ada Lovelace, citada acima.
Ela, aliás, não está sozinha com Joan Clarke no hall da fama de IA. A nova geração conta com outras mulheres de destaque, caso da indiana Anima Anandkumar, pesquisadora da área de aprendizagem de máquina (ML, da sigla em inglês para machine learning) e diretora dessa área na NVDIA.
A brasileira Gabriela de Queiroz, diretora de IA na Microsoft for Startups, é outra delas. Ela, inclusive, fundou a iniciativa IA Inclusive e a R-Ladies, programa que ajuda a entrada das mulheres na área de tecnologia.
Outra diversificação trazida pelas mulheres é cultural. A chinesa Fei-Fei Li, cofundadora do ImageNet, por exemplo, teve um papel essencial na evolução dos algoritmos de visão computacional. Na prática: ajudou a aprimorar a capacidade das máquinas de reconhecer e interpretar imagens.
Já a israelense Daphne Koller, cofundadora da Coursera e professora de Ciência da Computação, foi reconhecida por suas contribuições no desenvolvimento de ferramentas de IA para personalização do aprendizado e suporte a educadores.
Confira o infográfico abaixo, produzido pela A3Data. Ele faz parte da série Data Fluency, que traz conteúdos ilustrados sobre o universo dos dados para o Seja Relevante.