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Estratégia e governança
A jornada de 4 dias de trabalho é desejada pela maior parte dos profissionais brasileiros. Apesar disso, a minoria das empresas investiria na mudança. Os dados são de uma pesquisa da plataforma de vagas Empregos.com.br. A diferença entre os dois posicionamentos é impressionante: 81% dos trabalhadores entrevistados é a favor da nova jornada, enquanto somente 5% das empresas compartilham da mesma opinião.
Do lado dos funcionários, 13% ainda têm dúvidas se a fórmula funcionaria, enquanto 6% são definitivamente contra a redução da jornada. No caso das empresas, 71% se mostram sem posicionamento sobre o tema, enquanto 25% são contra. Mais interessante ainda é que alguns tipos de flexibilização são realidade entre o grupo pesquisado, que envolveu 251 empresas e 2.552 profissionais.
Modelos tradicionais impedem a jornada de 4 dias
A amostra entrevistada, por exemplo, inclui uma parcela de 24% que trabalham em formato híbrido ou em home office, segundo matéria do G1. E 15,6% exercem uma jornada de trabalho com horários flexíveis. Dois por cento (2%) adotam o chamado short friday, ou seja, saem mais cedo na sexta-feira.
Por outro lado, o modelo tradicional ainda se mantém, mesmo após todas as mudanças provocadas durante a pandemia de coronavírus: 76% dos trabalhadores atuam presencialmente e 82,5% cumprem a jornada de 40 horas semanais previstas na CLT. A legislação trabalhista, aliás, é um dos entraves para a adoção da jornada reduzida, segundo os especialistas.
Outra mudança envolve provar que o desempenho pode ser medido pelo resultado e não somente com base no número de horas trabalhadas. As experiências adotadas na pandemia, inclusive o trabalho híbrido, podem ajudar no processo de mensuração e favorecer a redução.