A liderança inclusiva tem várias formas, segundo Victoria Pelletier, membro do conselho da Forbes. Em artigo para a publicação americana, ela destaca que não é fácil ser um executivo LGBTQI+. Da sua própria experiência pessoal, a executiva traz ideias para ajudar os times inclusivos e, principalmente, os LGBTQI+ que ocupam cargos de liderança. 

“Ao longo da minha carreira de mais de 20 anos, encontrei microagressões, comentários inapropriados e suposições incorretas de colegas bem-intencionados que podem vir de um lugar positivo, mas se expressam mal devido a visões binárias ou falta de compreensão. Como uma executiva assumidamente bissexual e mãe de uma filha adolescente que se identifica como queer, entendo profundamente como é ser marginalizada”, explica Victoria. 

Ações contra a discriminação

Ela destaca que 45% dos gays, lésbicas e bissexuais americanos relatam que seus empregadores discriminam pessoas de sua orientação sexual, de acordo com um estudo do IBM Institute for Business Value. Para reduzir esse quadro, ela sugere três iniciativas inclusivas. 

A primeira delas é considerar a identidade em níveis holísticos e interseccionais. Para ela, a marginalização e a discriminação muitas vezes se tornam mais severas onde as interseções de identidade são mais complexas. Isso significa que as empresas líderes devem ser sensíveis às necessidades únicas de vários grupos e implantar ferramentas críticas, como espaços seguros para o diálogo.

Uma segunda atitude envolve a priorização da educação para incentivar uma cultura de empatia e integridade. De acordo com ela, as corporações podem intensificar a orientação em todos os níveis e funções sobre liderança empática e lidar com preconceitos no local de trabalho. Esse treinamento é fundamental para abordar e erradicar linguagem imprópria e microagressões. O treinamento de intervenção do espectador, especialmente quando praticado e modelado por líderes, também é fundamental para criar culturas mais inclusivas.

O terceiro ponto destacado por Victoria é a definição de políticas de local de trabalho amigáveis ​​para LGBTQI+ e abordagens de recrutamento para melhorar a representação. O estudo da IBM mostra que apenas 7% dos executivos seniores nos EUA se identificam como lésbicas, gays ou bissexuais. Ter pessoas LGBTQI+ bem-sucedidas em posições de poder e autoridade fornece modelos de diferentes tipos de liderança e abre mais portas para grupos marginalizados.

“Este trabalho não é simples. Sempre há mais que podemos e devemos fazer como líderes”, completa a executiva.