Muitos executivos de grandes e médias organizações brasileiras andam preocupados com o uso das novas tecnologias digitais nos seus negócios, com uma elevada expectativa para possíveis investimentos e retorno rápido. Para tanto, seria relevante um olhar atento para problemas reais de negócio, oportunidades para melhorias incrementais e utilização de tecnologias de fácil acesso, ainda mais as baseadas em inteligência artificial.
Especialistas em inteligência artificial recomendam uma ampla revisão da estratégia do negócio, políticas de investimentos, portfólio de projetos e uma nova cultura para soluções de projetos baseados em dados. Trata-se de um caminho importante para o negócio, porém, com resultados no médio e longo prazo, ainda a depender do humor do mercado e suas constantes mudanças de direção.
Logo, a partir de projetos e estudos conduzidos pelo Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais, seria possível adotar soluções rápidas e com ganhos percebidos em meses no negócio, impactando a forma como a gestão é conduzida, dados são analisados e ganhos percebidos. Um bom caminho seria o conhecimento de ferramentas acessíveis e fornecedores de soluções digitais, com histórico de bons projetos realizados.
Uma primeira sugestão é pensar na relevância da jornada do cliente e nas inúmeras oportunidades além do NPS (Net Promoter Score). Além das técnicas conhecidas para o reconhecimento de personas, isto é, clientes com as suas demandas de atendimento, é importante compreender quais dados e análises qualitativas desses mesmos clientes estariam em jogo, em relação aos produtos da sua empresa.
Uma boa recomendação seria a Track, referência para análises sobre as demandas de clientes e impacto no uso de tecnologias para coleta de dados para a sua monetização.
A partir da jornada do cliente, um repensar de processos internos de negócio e ganhos de produtividade operacional se torna vital. Ou seja, um tema estaria implicitamente associado ao outro. Muitas organizações relacionam o digital aos novos produtos, e isso tem o seu lugar. Porém, a obtenção de ganhos de eficiência gera oportunidades para otimização de caixa e reinvestimentos, com resultados bem interessantes também.
Uma das principais empresas fornecedores de soluções e ferramentas para este tema é a DTI Digital, localizada em Minas Gerais e com importantes casos de sucesso em todo o Brasil. Outra recomendação é a A3Data, recentemente adquirida por uma grande rede de hospital, considerando o potencial das suas soluções em IA.
Se a demanda estiver associada ao tratamento de dados e escolha de técnicas sofisticadas para classificação de comportamentos, bem como a busca por comportamentos similares – algo útil para equipes de marketing – a escolha por ferramentas e a experiência de mercado de startups como Kunumi e Aquarela, por exemplo, parecem bem interessante.
Pensar na análise do ambiente organizacional, perfis de colaboradores e incentivos adequados para inovação, são demandas importantes para gestores de pessoas, algo que as técnicas baseadas em sentimentos e incentivos são comuns em empresas como a Gupy.
Em todos os casos, sempre é recomendável circular em ambientes de inovação, como hubs e universidades de ponta, em que novas tecnologias digitais são criadas todos os dias e de forma amplamente acessível, com possibilidades para adoção em negócios, rápida execução e sem a exigência em saber programar.
Por fim, é preciso ser um aficionado em entender os problemas, ter evidências plausíveis, dados que suportem a decisão e bons critérios para escolhas de parceiros, pois isso tem aderência com os contextos de mercado. Neste caso, vale ter uma lista de bons fornecedores e ferramentas, sempre pensando no custo de oportunidade. Também vale a reflexão, que é algo mais simples do que quer entender sobre IA em profundidade e com resultados mais escaláveis para a sua organização.

* Hugo Ferreira Braga Tadeu é diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC.