A inteligência artificial geral ou “superinteligência” artificial é um divisor de águas, segundo Max Tegmark, professor do MIT. Para ele, no entanto, é necessária uma regulação similar à da indústria farmacêutica, que determina que os desenvolvedores de tecnologia comprovem que têm controle sobre os produtos que criam.

Tegmark, autor do best seller “Vida 3.0: O ser humano na era da inteligência artificial”, destacou particularmente as normas da Federal Drug Administration (FDA), instituição dos Estados Unidos que controla a aprovação de medicação. 

Para explicar melhor: ainda em teoria, a inteligência artificial geral teria a capacidade de usar o conhecimento de forma mais abstrata. Ou seja, ela aproxima ainda mais os computadores dos humanos. Isso abriria a possibilidade de criação, também, de uma espécie de “divindade digital” e de concentração de poder em poucas mãos. 

Big Techs e a inteligência artificial geral

A assimetria de poder pode ser exemplificada, segundo Tegmark, pelas Big Techs, cujos executivos não foram eleitos democraticamente, mas concentram decisões que podem afetar toda a sociedade. Em um de seus exemplos, o pesquisador lembrou que não existe uma fiscalização nessa área, como acontece, por exemplo, na indústria de alimentos ou remédios. 

Além disso, a inteligência artificial geral desenvolvida sem supervisão pode criar um cenário que mescla duas  possibilidades bastante diferentes: uma distopia onde a obsolescência econômica cria profundas divisões sociais ou uma utopia, na qual as pessoas são livres para perseguir seus sonhos sem preocupações financeiras.

O ponto de vista do professor foi, inclusive, discutido no mais recente Fórum de Davos e, de acordo com reportagem da revista Exame, mostra a importância do assunto para a nata das finanças globais. Tegmark participou do evento paralelo “Colaboração na Era Inteligente”.

Em tempo: a supervisão da IA já vem sendo colocada em cheque há vários anos, com destaque para a iniciativa de 2023, na qual vários especialistas no mundo pediam por uma pausa no desenvolvimento da IA avançada. A pausa era simbólica, mas serviu como ponto de partida de reflexão sobre o tema.