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Inovação e transformação digital
Embora a inovação aberta tenha sido cada vez mais adotada em países desenvolvidos, as empresas de mercados emergentes como o Brasil ficam marcadamente atrás dessa tendência. Essa é a avaliação do estudo Inovação Aberta no Brasil: Explorando Oportunidades e Desafios, publicado no International Journal of Professional Bussiness Review. Segundo os autores Marcel Bogers, Henry Chesbrough e Ana Burcharth, que é professora da Fundação Dom Cabral (FDC), a explicação das razões para o gap são limitadas, pois a maioria das pesquisas se concentra no mundo industrializado.
O artigo tem justamente o objetivo de inspirar a comunidade acadêmica a investigar o porquê de as empresas de economias emergentes como o Brasil terem estratégias limitadas de inovação aberta, quando elas precisam recorrer a parceiros externos para superar a institucionalidade, recursos e restrições a que estão sujeitas.
Sugestões para evolução da inovação aberta no Brasil
Os autores revisaram pesquisas atuais sobre inovação aberta em geral e especialmente no cenário brasileiro para desenvolver uma estrutura de estudo e sugerir futuras direções de pesquisa.
“Argumentamos que as empresas mais atrasadas em economias emergentes precisam usar ativamente a inovação aberta mais do que nunca, para superar a rigidez interna e estimular os recursos e capacidades inovadores necessários para a transformação digital e para enfrentar os grandes desafios sociais”, resumiu o trio de especialistas no artigo. “Defendemos que cenário brasileiro é um contexto empírico relevante para estudar, dado o potencial para descobrir mecanismos únicos e relações teóricas fazendo (e possivelmente respondendo) novas questões de pesquisa”.
A conclusão dos articulistas é que é necessário construir uma estrutura conceitual que ligue vários níveis de implementação de inovação. Eles também identificaram temas que são menos pesquisados ou contestados e sugeriram desafios e oportunidades para pesquisas futuras.