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Educação e aprendizagem
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Impacto positivo e legados sustentáveis
A inserção de temas relacionados à responsabilidade social, ambiental e de governança corporativa (ESG) nas escolas de negócios não é uma tendência que foi turbinada na pandemia. Segundo Molly Worthen, colunista do New York Times sobre educação superior, a onda começou antes. Ela destaca que após décadas de ênfase nos mercados financeiros e no retorno dos acionistas, as escolas de administração estão tentando abordar outros problemas, incluindo questões provisórias sobre os meios e fins do próprio capitalismo.
No artigo “Este não é o MBA do seu avô”, ela defende que o interesse dos alunos pelo impacto social dos negócios disparou. “Mesmo antes da pandemia, escolas de negócios ofereciam iniciativas e concentrações de programas com nomes como “Capitalismo Consciente” e “Negócios Sustentáveis”, alinhados ao crescente interesse dos investidores por considerações “ambientais, sociais e de governança”, mais conhecidas como ESG”, completa Worthen.
No Brasil, os temas ligados ao ESG também ganham ressonância. É o caso de Vânia Capela, presidente do conselho do Polo Digital de Manaus, ex-aluna do mestrado da Fundação Dom Cabral. Engenheira de formação, ela atuou quase 30 anos em gestão, inclusive como gerente geral de fábricas em Manaus (sua cidade natal) e São Paulo. Em certo momento, ela migrou para a área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
O background profissional de Vânia a levou a pensar em uma pós-graduação para consolidar o conhecimento que detinha. Ao escolher a FDC, ela enfrentou o desafio de 4 mil km que separam Manaus de Nova Lima (MG) e mergulhou em atividades que envolveram a leitura de mais de 200 artigos para embasar o seu mestrado. De acordo com ela, planejamento e foco foram os dois vetores que a levaram a concluir o curso, inclusive com o apoio da filha de 14 anos e do filho de 21 anos.
O tema da sua dissertação envolveu a governança colaborativa em tempos de grandes crises, abordando a pandemia do coronavírus. E ela colocou essa experiência na prática, atuando na sociedade civil de Manaus – epicentro da pandemia em dois momentos – e engajando-se também, com sua turma de mestrado, em ações em Minas Gerais. A pauta ESG, no caso dela, foi assumida na prática e na sua formação de pós-graduação.
Para Vânia, as lições do mundo acadêmico podem ser aplicadas no dia a dia e ela defendeu isso no seu próprio mestrado. “É um aprendizado que nunca termina”, conclui.