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Impacto positivo e legados sustentáveis
Angela Willard, fitoterapeuta clínica e co-fundadora da Harmonic Arts, defende o ponto de vista de que as empresas ESG, ou seja, aquelas que adotam políticas ambiental e socialmente responsáveis, são mais bem equipadas para enfrentar uma tempestade econômica. E ela alerta: durante uma crise econômica, os líderes podem ficar tentados a reduzir os esforços ESG, mas a economia temporária pode prejudicar o sucesso de longo prazo de uma empresa.
A empreendedora lembra que 88% das empresas de capital aberto e 67% das empresas privadas tinham iniciativas ESG em vigor nos Estados Unidos em 2020. De acordo com ela, esse grupo estaria melhor preparado em função de alguns fatores, entre eles o de operar com propósito, o que fortaleceria as relações entre as partes interessadas. No caso da empresa dela, o propósito comum era ter um impacto social positivo, o que distinguia a Harmonic Arts de seus concorrentes.
Atenção aos colaboradores e ao greenwashing
Outro ponto de fortalecimento seria a criação de condições sustentáveis, uma iniciativa que evita o esgotamento dos funcionários. “Cada vez mais, as empresas estão reconhecendo que o ESG também abrange o tratamento dos funcionários”, argumenta Angela. Para ela, investir em ESG também significa criar uma cultura em que perguntas-chave são feitas: esta é uma carga de trabalho sustentável? A pontualidade deste projeto ou tarefa é realista? A remuneração deste cargo é justa para o que estamos pedindo em troca? Para ficar em alguns exemplos.
A executiva cita anda mais um processo que também vai funcionar como filtro: a pressão para combater o greenwashing. Ela defende que o risco de prejudicar a reputação de uma marca por meio da exposição do greenwashing está rapidamente se tornando maior do que a recompensa.
“Quando as empresas investem em sistemas e políticas de valor ESG, elas criam organizações mais escaláveis e bem-sucedidas que atendem melhor todas as partes interessadas a longo prazo”, finaliza Angela.
Olhar dos investidores
Outro ponto positivo para as empresas que possuem o ESG como estratégia de negócio é o olhar do mercado financeiro.
Cada vez mais, o ESG tem se consolidado como um fator-chave na distribuição de capital por parte dos fundos de investimentos. Um estudo global realizado pela BlackRock aponta que 54% dos investidores acreditam que a sustentabilidade veio para ficar, impactando diretamente nos processos e resultados dos investimentos.
“Isso mostra claramente que, dentro da perspectiva dos investimentos, as pessoas estão procurando as melhores práticas de ESG”, afirma Carlos Takahashi, chairman da BlackRock no Brasil.
“Isso não se desconecta com buscar retorno. É preciso escolher investimentos que trilham os melhores caminhos para chegar aos melhores resultados”, completa Takahashi, que será um dos convidados na aula inaugural do programa ESG na Sala do Conselho, promovido pela FDC.