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Empresas devem investir no ‘backcasting’

Em um passo à frente do forecasting, professores da FDC apresentam novo conceito, que implica mudar o presente para prepará-lo para o futuro

backcasting © - Shutterstock
por Redação outubro 5, 2023
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A ideia do forecasting na gestão empresarial, que seria olhar para o futuro baseado em dados do presente, está sendo superada pelo novo conceito de backcasting, que é uma técnica de mudar o presente para prepará-lo para o futuro. O conceito foi apresentado por Carlos Arruda, professor de Inovação e Competitividade e Gerente Executivo do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC), e Pedro Vergueiro, Gerente de Educação Executiva na FDC.

Carlos Arruda explica que o backcasting representa uma agenda provocadora, porque lida com um grau muito alto de incerteza, uma vez que “o futuro é incontrolável e as chances dele acontecer de maneira diferente da prevista são muito prováveis”. Como fazer, então, para por esse conceito em prática?

Lideranças devem criar as mudanças, diz ‘backcasting’

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© – Shutterstock

“A ideia que passamos para as lideranças é que a empresa não vai esperar o futuro acontecer, não vai ser uma empresa capaz de responder às mudanças, mas vai criar as mudanças”, afirmou Carlos Arruda, durante o podcast ‘O que aprender para liderar na incerteza’, no site The Shift.

O professor acrescentou que o novo conceito prevê uma reflexão constante sobre o futuro – em parte, desconectado do presente – a fim de orientar a organização sobre os investimentos que deverão ser feitos e a análise financeira e empresarial necessária. Essa reflexão pode ser bem ilustrada à luz da seguinte pergunta: “O que eu devo fazer hoje para estar pronto quando o futuro chegar?”.

‘Backcasting’ no cenário de captura de carbono

Carlos Arruda exemplificou como é a chamada construção do futuro. Ele afirma que o backcasting está ocorrendo na área de captura de carbono, algo que ainda é embrionário, mas que certamente terá um papel fundamental no futuro.

“Algumas empresas dizem que não vão esperar a consolidação de uma economia de carbono no futuro, vão investir nisso já. Então, há milhões de reais e dólares sendo investidos no Brasil em iniciativas para criar uma economia de carbono”, explicou, acrescentando outro exemplo, o de empresas que investem em startups, em setores adjacentes ao seu negócio principal, para se preparar para lidar com possibilidades futuras.

O professor Pedro Vergueiro lembrou que o novo conceito de backcasting é um dos temas discutidos hoje no Programa de Gestão Avançada (PGA) da FDC, do qual ele e Carlos Arruda são coordenadores técnicos. O programa existe desde 1989 e é conduzido em parceria com a Insead, escola de negócios internacional de renome, com sede na França. Sobre o backcasting, Pedro comentou que quanto mais pessoas souberem o que é o conceito, mais ele tem chances de ser aplicado e aperfeiçoado.

“É preciso criar um ambiente para as coisas acontecerem. Então, dentro de uma empresa, quanto mais gente souber o que é o backcasting, melhor. Porque é muito difícil vender o futuro dentro de uma organização”, pontuou.

O que mais preocupa as empresas hoje

Segundo Pedro, dentre as maiores angústias demonstradas pelos executivos no PGA hoje está justamente o futuro. Por isso, o programa inclui uma mentoria que reúne grandes lideranças de vários setores produtivos, que ajudam os alunos a pensar o futuro de suas organizações.

Já o professor Carlos citou, dentre as preocupações trazidas pelos executivos, a pauta digital, que é tratada com abordagens à segurança cibernética, Inteligência Artificial e realidade virtual, e a pauta ESG (Environmental, Social and Governance).

Por isso foi criado um módulo totalmente ligado à agenda ESG. Foram feitos vários estudos de caso. Segundo Carlos, há exemplos de empresas que adotaram premissas ESG e evoluíram significativamente, com retenção de colaboradores e clientes, por terem adotado compromissos ambientais e sociais.




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