Em um índice inédito no Brasil, a Fundação Dom Cabral identificou que as empresas brasileiras de médio porte estão confiantes no desempenho dos seus negócios, e vislumbram condições ainda melhores nos próximos meses. Por uma escala de 0 a 100, o Índice de Confiança das Médias Empresas (ICME) – lançado hoje durante o 7° Fórum Anual de Governança e Gestão da Fundação Dom Cabral – atingiu média de 46 pontos em junho/julho deste ano.
Os empresários também acreditam que a demanda permanecerá alta e o ambiente competitivo e tecnológico serão favoráveis, apesar das condições do macroambiente, o que envolve economia, política, custos desfavoráveis e ambiente social.
O ICME é composto pela média da avaliação da condição atual (ICA), que alcançou 42 pontos no geral, e expectativa futura (IEF) do ambiente de negócio, que chegou a 50 pontos, gerando a média de 46 pontos citada acima.
Indústria e serviços mais confiantes que comércio
Quando analisados os fatores que compõem o ICME, os pesquisadores responsáveis observaram que, tanto no ICA quanto no IEF, os fatores desfavoráveis estão relacionados à confiança do empresário no que diz respeito à economia, ao ambiente político e social e aos custos do negócio no Brasil. “Mas, de modo geral, o empresário avaliou positivamente as condições atuais (ICA) e tem expectativas positivas (IEF) em relação às condições da empresa, da demanda, do ambiente competitivo e impactos das transformações tecnológicas”, pondera o relatório executivo do estudo.
Dos setores produtivos, se destacaram a indústria e os serviços, alcançando 54 e 57 pontos, respectivamente, no índice ICA. Em termos de expectativa (IEF), ambos esses setores tiveram 60 pontos de confiança do empresariado de médias empresas brasileiras.
Já o setor do comércio apresentou o nível de confiança mais baixo e isso foi puxado principalmente pelo ICA dos custos, que pontuou apenas 14. Para o futuro, a pontuação foi bem melhor nesse aspecto, chegando a 49.
A dinâmica setorial, que considera a competitividade da empresa e impactos das transformações tecnológicas, também foi bem avaliada, tanto na condição atual (ICA) quanto na expectativa futura (IEF) nesses setores. O ICA da dinâmica setorial na indústria apresentou 51 pontos e o IEF foi de 57 pontos. Já no setor de serviços, essa pontuação foi de 53 pontos, enquanto o IEF chegou a 59 pontos.
O ICME também considerou variáveis do contexto competitivo e produtivo das empresas, além do microambiente (a empresa e demanda de mercado), dos impactos da dinâmica setorial (nível de competição e transformações tecnológicas) e dos custos do negócio (Custos dos insumos e de produção e outros custos e despesas do negócio).
Nesta edição, o índice contou com 1.133 respondentes. A partir de 2023, o índice passa a ser trimestral e, segundo os pesquisadores, irá manter os critérios da primeira edição, principalmente o intuito de se aproximar dos desafios dos empresários e suas decisões.
Veja o ICME por setor produtivo
