“O maior risco é não arriscar”, dá o tom da conversa o cofundador e presidente da diretoria estatutária da Fundação Dom Cabral, Emerson de Almeida. Ele e outros empreendedores deram dicas em um painel dedicado ao empreendedorismo durante o 7° Fórum Anual de Governança e Gestão da Fundação Dom Cabral, em realização nesta semana no campus Aloysio Faria, sede da instituição em Nova Lima (MG).
O maior risco é não arriscar.
Outro ponto destacado por ele foi a confiança, da qual, pontuou o professor, o empreendedorismo e a longevidade das organizações dependem essencialmente para obter crescimento e, inclusive, planejar o processo de sucessão. “Posso lembrar que de cada dez vezes que confiei, errei em duas ou três, mas tive todas as outras de bons resultados”, disse ele, computando o saldo positivo da confiança. “Afinal, as pessoas, em sua maioria, têm coração favorável a desenvolver para o próximo”, salientou.
Vendedora de sorrisos
Helena de Souza, proprietária da Helena Biscoitos, destaca como as relações humanas são preponderantes para os negócios. Primeiro ela conta ser íntima dos clientes, “chorando, sorrindo, brigando e sendo uma espécie de psicóloga deles”. “Depois, eu costumo dizer que não vendo apenas biscoitos. Eu vendo sorrisos e assim trato os meus clientes como família”, disse ela.
Helena é a personagem principal do livro sobre empreendedorismo que o professor Emerson Almeida está escrevendo e deve lançar no ano que vem. “Ela é a minha primeira personagem. Eu conto a sua trajetória no início e depois retomo partes dela para exemplificar alguns trechos”, revelou o autor.
Persistência e resiliência são fundamentais
Gilmar Santos, presidente do grupo EPO, também é personagem do livro do professor Emerson e destacou a importância da persistência e da resiliência para o sucesso empreendedor.
À frente de dois grupos de empresas, a citada EPO e o grupo de atuação florestal e energético Santos Dias, ele se considera um “otimista por natureza” e lembra que, apesar de cheio de desafios e contrastes, o Brasil é um país que ele sempre enxergou com grandes oportunidades. “Tanto que temos negócios espalhados pelo país inteiro. Mas é preciso ser profissional. O Brasil não é para amadores”, disse. “Eu acredito que, com muito planejamento, responsabilidade e pé no chão, é possível, sim, obter sucesso”, completou.
A dimensão continental do país é favorável, na visão de Gilmar, garantindo um mercado interno grande e promissor. “Afinal, somos 220 milhões de pessoas ávidas por biscoito, por moradia, por empreender e por alegria”, resumiu.
Atualmente, Gilmar Santos prepara o processo de sucessão de suas empresas, e faz isso por uma transição de liderança, que deve ocorrer nos próximos quatro anos e para a qual um de seus dois filhos está sendo preparado.
Emerson de Almeida, da FDC, avaliou que a transição é mesmo uma forma segura e eficiente de praticar a sucessão nas companhias e lembra do caso da própria Fundação Dom Cabral, onde ocupou a presidência executiva por 35 anos consecutivos. “Entendemos que a fundação precisaria se adequar a uma nova liderança e fizemos esse processo transitório em quatro anos, até que o conselho deliberativo elegeu o nosso atual presidente executivo, o Antonio Batista”, lembrou ele. “Foi tão bom que, quando anunciei o seu nome como o escolhido, a sala inteira ovacionou”, lembrou.