A exemplo de diversos setores da sociedade, a economia avança rumo à digitalização, refletida em inovações como Pix, criptomoedas e, mais recentemente, as CBDCs (Central Bank Digital Currency, ou moedas digitais de bancos centrais). Nesse contexto, o Banco Central do Brasil lançou o Drex, uma iniciativa que, de maneira simplificada, pode ser definida como a versão digital do real. De acordo com o BC, os benefícios vão desde a inclusão financeira até a eficiência e segurança das operações.
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A nova moeda foi anunciada em 2022, mas a chegada oficial está prevista para 2025. Vale explicar que o Drex não vai substituir as notas físicas de real, sendo apenas uma alternativa digital.
Após a conclusão da primeira etapa dos testes, o BC estuda, na segunda fase (que deve se estender até o final do primeiro semestre deste ano), treze temas selecionados pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) da iniciativa. Neste momento, diferentes instituições do mercado financeiro foram selecionadas para avaliar a “implementação de serviços financeiros, disponibilizados por meio de contratos inteligentes, criados e geridos por terceiros participantes da plataforma”.
O que é o Drex?

O Drex é a representação do real disponível em uma plataforma eletrônica controlada pelo Banco Central. Além de fazer esse controle, o BC também é responsável pela emissão dessa moeda digital e, por isso, a caracteriza como uma CBDC. Segundo o apresentador do “BC te Explica”, no perfil do BC do Youtube, o Drex é um ativo digital que traz confiabilidade, estabilidade e previsibilidade decorrentes da regulação.
Nesse sentido, o Drex se diferencia das criptomoedas, como o Bitcoin, que podem variar de valor drasticamente. Seu principal objetivo é criar um ambiente mais seguro e eficiente para pagamentos, contratos e outras transações financeiras.
O nome escolhido, Drex, significa:
D – Formato Digital
R – A moeda brasileira, real
E – Sistema Eletrônico que o Drex funcionará
X – Representa a inovação
Como funciona o Drex?
De acordo com o BC, a “tecnologia de registro descentralizado (DLT, da expressão Distributed Ledger Technology, em inglês) impulsiona o surgimento de novos modelos de negócios, que possuem potencial de atender à demanda da população por meios nativos digitais de liquidação, similares aos disponíveis no ecossistema de criptoativos”. Com essa técnica, o Drex será utilizado para liquidar transações de atacado e de varejo.
Os serviços financeiros disponíveis serão efetuados através dos contratos inteligentes, que garantem uma camada extra de proteção à operação. Quando um ativo for negociado, a transação via smart contract só se dá por completa assim que as condições contratuais exigidas pelas duas partes forem respeitadas. Ou seja, se alguém não cumprir os requisitos para a consumação da transferência, ela não se realiza e não há a possibilidade de um sair prejudicado.
Na compra de um carro, por exemplo, o vendedor pode ficar com receio de passar a propriedade e não receber o dinheiro por ela. Com o Drex e os contratos inteligentes, a transferência é feita de forma simultânea após o vendedor passar o carro para o nome do comprador e o comprador realizar o pagamento. Caso uma das partes não cumpra o combinado, o valor depositado e a propriedade voltam para seus respectivos donos.
Segurança financeira

Por tratar a segurança como um dos pilares de desenvolvimento do Drex, uma série de medidas foram aplicadas para garantir a proteção dos usuários e das operações. O acesso à plataforma, por exemplo, é feito por meio de provedores de serviços financeiros (PSF) autorizados pelo Banco Central. O órgão também será o responsável por supervisionar e fiscalizar o Drex.
A conformidade regulatória com a Lei do Sigilo Bancário e a Lei Geral de Proteção a Dados Pessoais (LGPD) permite que a plataforma atinja a mesma segurança cibernética e privacidade das operações efetuadas no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Somado a isso, os contratos inteligentes impedem que uma das partes seja lesada, já que a transação só é efetuada quando todas as condições são cumpridas. Dessa forma, as operações se configuram como mais prudentes e seguras.
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Benefícios do Drex
No processo de concepção do Drex, o Banco Central destaca, em sua página, a inclusão, eficiência e segurança como diretrizes do funcionamento da moeda. Sendo assim, a democratização do acesso à economia digital, o menor risco de fraude, a rapidez nas transações e a diversificação de serviços financeiros são os principais benefícios que o Drex traz à população.