-
Desenvolvimento de médias empresas
-
Inovação e transformação digital
O Relatório Digital da América Latina, documento editado pela empresa de capital de risco Atlantico, coloca a digitalização como a força secular que vai transformar a região nas próximas décadas. O trabalho é fruto de várias fontes e classifica o atual momento como de “otimismo cauteloso” na área de tecnologia.
“Como mostra nosso Índice de Transformação Digital, o ecossistema de tecnologia da região deve crescer uma ordem de magnitude à medida em que alcança Índia, China e até mesmo os Estados Unidos, que são países que começaram suas jornadas muito antes de nós. A criação de valor da tecnologia na América Latina será medida em trilhões de dólares”, diz a introdução do relatório.
A base para o crescimento de longo prazo é sólida, uma vez que a América Latina está à frente da China em penetração de internet e lidera mundialmente a adoção digital para a maioria dos serviços de internet e mídia digital. O capital também não seria mais escasso, mesmo após uma redução pela metade do investimento de risco desde os picos de 2021.
Fintechs em alta, segundo relatório
Outro ponto positivo seria a migração do capital humano para a tecnologia, “com alunos das melhores escolas reforçando sua preferência por trabalhar no setor, acima de todos os outros campos”.
Apesar do quadro acima, o relatório também recomenda cautela, em função da “pisada no freio” de vários bancos centrais, o que fez os preços dos ativos em todo o mundo se ajustarem abruptamente. As empresas de tecnologia não foram exceção: elas sentiram a dor, especialmente quando os investidores questionaram o desenrolar desse ajuste econômico. “O investimento de risco diminuiu e os fundadores do mercado que antes eram incentivados a crescer a todo custo, agora são instruídos a focarem nas margens”, relata o documento.
Os dados do relatório mostram ainda que as empresas que sobrevivem e são financiadas em mercados de baixa como esses têm uma probabilidade significativamente maior de se tornarem grandes empresas independentes. Para fintechs, o desempenho de classe mundial da América Latina continua. Uma maré crescente de inovação B2B acelerada pela construção de infraestrutura e adoção recorde do sistema de pagamento instantâneo PIX do Brasil contribuem para esse sucesso contínuo.
Outro destaque é a nova onda de empreendedores quebrando barreiras para a digitalização de pequenas e médias empresas (PMEs) na América Latina, preenchendo a lacuna entre o número anormalmente alto de PMEs na região e o valor igualmente tímido que elas criam para a economia.
Finalmente, para Crypto e web3, ainda no início, a América Latina talvez seja o terreno mais fértil para a aplicação de casos bem-sucedidos, completa o relatório.