Um artigo recente da consultoria McKinsey revelou que a maior parte dos brasileiros tem o perfil do “Consumidor Zero”. Resumidamente, o conceito se refere às pessoas com pouquíssima ou quase nenhuma margem no orçamento. Ou seja, o aumento de gastos, para elas, não é acompanhado do aumento de renda.
Na prática, o perfil se manifesta por meio de algumas iniciativas, entre as quais o pouco apego às marcas e o uso de todos os tipos de canais de compra, com a mescla do online e da ida às lojas físicas.
No caso do Brasil, três preocupações confirmam a presença do perfil, segundo levantamento da McKinsey. Em primeiro lugar, 49% dos pesquisados estão em alerta com a alta de preços e inflação. O segundo alarme se refere ao desemprego e/ou segurança no emprego, item citado por 28% de quem respondeu às questões. Por fim, as mudanças climáticas/sustentabilidade foram lembradas por 26% dos pesquisados.
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Questões como a violência armada, capacidade de dar conta das demandas e desigualdade social, além de acesso à saúde, só aparecem depois do trio principal.
Para Bruno Furtado e Pedro Fernandes – ambos com experiência nos setores de consumo e varejo – e autores do artigo, as preocupações podem variar de acordo com a classe social. Em parte da classe C e na totalidade das D e E, o foco principal continua sendo, por exemplo, a capacidade de pagar as contas e o desemprego.
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![consumidor zero](https://sejarelevante.fdc.org.br/wp-content/uploads/2024/08/zero-fidelidade-as-marcas.jpg)
Uma característica, no entanto, se revela em todas as classes e faz do Brasil o top entre os 18 países que vêm sendo pesquisados desde 2016 pela McKinsey: o brasileiro não tem nenhum remorso em mudar para uma marca mais barata. Um em cada três consumidores locais faz isso, média acima da global.
E mais: 37% dos consumidores brasileiros adquirem produtos de menor quantidade ou tamanho, caso achem os preços altos. Em resumo, a zero fidelidade também faz parte da agenda do “Consumidor Zero”.