Especialista em governança, TI e mestre em ciência da informação, a consultora Andréa Nunes também atua em gestão de serviços há mais de 30 anos, metade deles em multinacionais e empresa locais. Executiva da Almatech como CHO (Chief Happiness Officer), a consultora tem várias certificações internacionais e é idealizadora dos conceitos de Non Governance, Human Governance e Educação Atitudinal©. Com esse background, ela destaca as nove virtudes necessárias para criação de uma liderança inclusiva e inspiradora.

“A importância para o líder de cada virtude, ou força de caráter, se encontra na necessidade que qualquer liderança possui de criar ambientes produtivamente saudáveis, inspiradores, inclusivos e inovadores. O start para essa conquista requer o cultivo e vivência das virtudes”, destaca a especialista. Confira.
1. Gratidão
Essencial como catalizadora de potências, essa virtude conduz ao processo de autovalorização do líder. Ser grato – pelo que já se é e já possui – favorece o engajamento e o reconhecimento de valor nos erros e acertos. Essa atitude ora silenciosa (mental), ora expressa (verbal ou gestual), estimula o desenvolvimento de capacidades e potências que cada liderado detém.
2. Perdão
Base para construção de relações autênticas, duradouras e equilibradas, ele também atua para a diluição e minimização de conflitos e para a sustentação da comunicação não-violenta no ambiente organizacional. Em ambientes psicologicamente seguros, a convivência com erros e conquistas passa necessariamente pela maturidade de perdoar um equívoco.
Perdão não significa tolerância com desordem, tampouco ausência de regras ou metas, mas sim, maturidade, transparência e integridade para lidar com falhas e imperfeições humanas.
3. Confiança

Envolve não somente a autoconfiança, mas também a confiança em relação às equipes, aos pares e superiores. Essa virtude deve ser percebida como impulsionadora de conquistas, sendo construída e adaptada pelo líder a partir das suas diversas inteligências. Ela também é resultante de relações que promovam a vivência da gratidão e do perdão. A confiança pressupõe capacidade de delegação de atividades e tarefas, reflete-se no engajamento do colaborador e é construída ao longo do processo de trabalho.
4. Humildade
Virtude fundamental para promoção de um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, bem como para ativar o processo de inovação. Da mesma forma, permite o aprendizado com erros e ajustes, além da identificação de perfis adequados para as diversas posições na equipe. O líder humilde possui capacidade de ouvir; acolher ideias contrárias e combinar aspectos úteis e saudáveis a cada manifestação ou entrega da equipe.
5. Coragem
Necessária para reconhecer os próprios limites, erros e qualidades. Ela é parte da humildade mencionada anteriormente, pois coragem sem humildade se transforma em arrogância e prepotência. A Coragem permite a realização equilibrada de metas e objetivos, com convivência lúcida com riscos, mas sem que isto viole os princípios éticos e os valores organizacionais.
6. Resiliência

Envolve a capacidade de adaptação, resistência e superação diante das adversidades. Também significa a virtude de poder retornar ao estado anterior a qualquer desafio. Pode ainda ser definida – e praticada – como a habilidade de lidar com situações de crise e, mesmo assim, manter-se equilibrado.
7. Autoconfiança
É o “motor” mental e emocional que articula as demais virtudes e forma uma base racional e afetiva para que o líder possa desenvolver-se e fomentar o desenvolvimento da equipe e da organização. Na prática, é a capacidade de confiar em si mesmo, entendendo limites e imperfeições.
8. Perseverança
Definida como a capacidade de manter uma constância e não desistir dos objetivos, a perseverança também inclui a habilidade de prosseguir, mesmo com derrotas e frustrações. Corporativamente, faz uso da paciência para atingir objetivos e realizar ações.
9. Paciência
Essa virtude também se encontra no bojo da resiliência e na capacidade de lidar com conflitos, divergências, dificuldades. É aliada da perseverança, virtude ou força de caráter que reconhece a necessidade de “persistir na esperança” de realizar algo sempre melhor, ou seja, excelência dentro e fora da vida corporativa.