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Educação e aprendizagem
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Liderança
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Impacto positivo e legados sustentáveis
Como a educação executiva pode contribuir de maneira efetiva com os principais desafios da sociedade? Esse foi o eixo central de debate da Conferência de Diretores do Unicon (Consortium for University-Based Executive Education 2023), realizada entre os dias 25 e 27 de abril, no campus Aloysio Faria da Fundação Dom Cabral (FDC), em Nova Lima (MG). O evento reuniu dirigentes de escolas como Insead, Harvard Kennedy School, MIT Sloan School, Stanford Graduate School of Business, Yale School of Management, NUS Business School de Singapura, Alliance Manchester Business School e Shanghai Jiao Tong University, dentre outras.
No centro do debate estiveram dois temas principais: como os grandes desafios da sociedade – econômicos, sociais e ambientais – afetam as organizações e como a educação executiva pode apoiar os líderes empresariais a lidar com essas questões. Também foi discutido como as escolas de negócios podem se diferenciar dos concorrentes para criar mais valor para os clientes, as próprias instituições e demais stakeholders.
“A FDC recebeu 54 diretores de educação executiva das principais escolas das Américas Latina e do Norte, África, Ásia e Europa, com uma boa representatividade global. O encontro é muito importante por ser visto como um espaço para debater abertamente, falar de suas dúvidas, suas ideias e aprender com as demais escolas”, afirmou o professor de estratégia e organizações da Fundação Dom Cabral e membro do board do Unicon, Aldemir Drummond.
O encontro foi uma oportunidade para que representantes de escolas de negócios de todo o mundo pudessem discutir como a educação executiva pode ajudar líderes e organizações a causarem um impacto positivo para a sociedade.
Nos debates, estiveram sempre presentes os principais desafios mundiais da atualidade, como as mudanças climáticas, ESG, democracia e a produção sustentável de alimentos, além de temas que estão nas pautas das conversas, como inteligência artificial, tecnologia e diversidade.
Educação executiva e o seu papel relevante
Ao abrir o evento, inclusive, o presidente executivo da FDC, Antonio Batista, reforçou que o poder público não consegue, sozinho, ser efetivo em ações voltadas para essas pautas e, por isso, as escolas que preparam líderes precisam ter esse olhar. “O capitalismo foi capaz de nos trazer aqui para este nível de bem-estar, mas quanto mais crescemos, mais criamos um grande fosso social mundial. Devemos enfrentar e resolver todas essas questões, não somos instituições independentes, pertencemos a um enorme ecossistema”, pontuou o executivo, reforçando também que o papel das empresas está mudando e que elas precisam integrar performance e progresso para serem legitimadas pela sociedade, além de preparar seus executivos para novos desafios. “Eu gosto de dizer que a FDC é mission/passion driven, temos como missão caminhar com a sociedade e, por isso, não podemos, por exemplo, tolerar mais a desigualdade social no Brasil”.
Em alta nas grandes conferências mundiais e no noticiário, as pautas das mudanças climáticas e da desigualdade estiveram presentes em todo o debate, principalmente no viés que é o maior paradoxo dentro das empresas: aliar crescimento e sustentabilidade. “Há uma nova agenda para a Educação Executiva que está relacionada à sustentabilidade, inclusão, bem-estar, diversidade, ética, consumo e crescimento sustentável. As escolas de negócios podem ajudar as empresas a conciliar e reequilibrar a agenda de desempenho e progresso”, reforçou Antonio Batista.
O desafio de preparar líderes empresariais para um mundo impulsionado pelas mudanças climáticas foi uma discussão relevante promovida também pelo professor adjunto da FDC Virgílio Vianna, que deu um panorama da Amazônia, reforçando a importância do “pulmão do mundo” para o globo. “Há tempo para redirecionar o rumo e evitar uma catástrofe. Temos uma obrigação moral de sermos esperançosos, e acreditar na mudança na forma como fazemos negócios”, declarou.
No que se refere a essas mudanças, o professor convidado da FDC, Marcello Brito, também foi categórico ao falar de produção de alimentos e desperdício. “A produção de alimentos na Europa vai reduzir nos próximos cinco a dez anos. Cerca de 30% da produção total de alimentos do mundo é desperdiçada a cada ano e apenas 34 países podem suprir a sua própria demanda e exportar”, contextualizou o especialista, alertando para uma mudança incontestável nesse sentido.
Nos próximos dias, o Seja Relevante trará novos desdobramentos sobre as discussões importantes para o mundo dos negócios realizadas no Unicon. Acompanhe.