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Inovação e transformação digital
O metaverso já é grande demais para ser ignorado: nos próximos sete anos, ele deve gerar um faturamento de US$ 4 a 5 trilhões, o que é mais ou menos o tamanho da economia japonesa, a terceira maior do mundo. A perspectiva está publicada em matéria no site especializado The Shift.
Nessa equação, segundo a publicação, devemos incluir ainda que o caminho para zerar as emissões de carbono exigirá cerca de US$ 3,5 trilhões anuais e que a mudança para a nuvem oferecerá oportunidade de mais US$ 3 trilhões. Há sete meses, esta estimativa era de US$ 200 a 300 bilhões. Portanto, estamos falando de “big Money” e, neste caso, os CEOs não podem mais fechar os olhos, como alerta a McKinsey & Company no seu recém-publicado relatório “Um guia do CEO para o metaverso”.
CEOs: metaverso vale o risco?
Para a McKinsey, o metaverso é um “negócio de CEO”, mesmo sendo uma tecnologia tão vasta e abrangente. Os números comprovam a necessidade de ter atenção a essa tendência, mas os riscos são grandes e o maior deles é justamente o de não surfar nesta onda quando ela se “agigantar no oceano”.
Em pesquisa realizada pela consultoria em abril de 2022, cerca de 95% dos líderes empresariais disseram esperar que o metaverso tenha um impacto positivo em seu setor dentro de cinco a dez anos. Já 61% esperam que ele mude a maneira como seu setor opera.
Da ficção científica às mesas dos investidores
Para entender o que é metaverso, o site InfoMoney o classifica como “utopia futurista que busca unir os mundos real e virtual”, e que “saiu das páginas dos livros de ficção científica e foi parar nas mesas dos investidores e das grandes empresas”.
O potencial que cerca essa ideia é tão grande que fez até o Facebook trocar seu nome para Meta. “Metaverso é uma espécie de nova camada da realidade que integra os mundos real e virtual. Na prática, é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada e hologramas”, continua a matéria do Infomoney, explicando ainda por que os grandes conglomerados querem surfar nessa onda, além de revelar como investir nesse novo mercado e qual a relação dele com as criptomoedas.
Empresas incorporam metaverso a seus negócios
De volta à matéria da The Shift, um argumento irrefutável para adesão ao novo universo é que se trata de uma combinação de tecnologias – como Inteligência Artificial, realidade imersiva, conectividade e Web3 – que atingirá várias partes da empresa. Portanto é necessário haver uma política estratégica e integrada de uso.
Os mais prementes são, naturalmente, o e-commerce e o marketing de marca e engajamento do consumidor. A Nike, por exemplo, criou seu espaço no Roblox, a Nikeland, onde já possui mais de sete milhões de clientes e mais de 185 milhões de NFTs para tênis digitais e produtos afins. Starbucks, Amazon, IKEA também estão incorporando recursos aos seus negócios.
Como incrementar a agenda de inovação da empresa
Ainda há um longo caminho a percorrer, segundo a reportagem do The Shift, mas a McKinsey aponta o que os CEOs já podem fazer agora: ”comece com um ‘porquê?’. Trata-se menos de questionar ‘o que podemos fazer no metaverso’ e mais sobre ‘porque ele se encaixa na agenda de inovação da empresa’. Ou seja, os CEOs devem descobrir – entre o modelo de negócio atual e os desejos dos clientes – onde inserir o metaverso”, defende a pesquisa.
Para encontrar o “o quê” a respeito do metaverso, a McKinsey sugere olhar para dentro da corporação e desenvolver os conceitos, casos de negócios e roteiros para casos de uso. “Trate como um esforço sério, não como um truque, para superar o ceticismo organizacional”, pontua.
Por fim, a consultoria ainda sugere uma defesa clara da causa, algo que ela classifica como “o como”. Nesse caso, o CEO deve especificar a visão para cada iniciativa e uso. Há empresas, como a L’Oréal, que nomearam um diretor para o metaverso. “É necessário pensar sobre modelo, funcionamento, equipe e parceria com fornecedores especializados. Teste, aprenda, e busque fazer as perguntas corretas ao longo da jornada”.