Nas 82 empresas que compõem o Ibovespa B3, 80% dos CEOs continuaram a estudar após a primeira graduação. Cerca de 40% deles têm quarto grau (pós-graduação stricto sensu ou mestrado) e 4% doutorado. Praticamente metade faz MBA e um terço busca programas de Educação Executiva, muitas vezes com sucessivos cursos sobre diversos temas. Os dados são do Perfil dos CEOs, um levantamento feito pela Falconi, divulgado pela revista Istoé Dinheiro.

Junto aos dados da pesquisa, a reportagem traz histórias de CEOs em vários segmentos, que têm forte formação e continuam a estudar, para acompanhar as mudanças do mercado e atualizar seu conhecimento em diversos aspectos, de tecnologia a habilidades interpessoais.

Ana Gusmão, diretora da unidade de soluções para gestão de pessoas na Falconi, avalia que o perfil e a trajetória dos CEOs, detalhados no estudo, têm fortes efeitos na própria cultura organizacional de suas empresas. A prioridade e esforço dedicado à sua formação profissional sinalizam que a liderança se mantém conectada às transformações no mercado e às inovações em várias disciplinas técnicas e humanas.

Entre os critérios de escolha de instituições e cursos, percebe-se que há casos diretamente relacionados a movimentos nos setores e nas companhias. Nesse contexto, temas como Fusões e Aquisições ou ESG são fortes na agenda. Contudo, a diretora da Falconi destaca uma grande busca de cursos relacionados ao desenvolvimento de soft skills.

Além do acesso às mais inovadoras contribuições da pesquisa acadêmica, e contato com os maiores especialistas em áreas complexas, a troca de experiências com líderes de outros setores ou geografias também é destacada como motivação para buscar e retornar às instituições de educação empresarial.

Perfis tradicionais dos CEOs e atitudes inovadoras

Nas corporações listadas no Ibovespa B3, a média etária dos CEOs é de 50 anos e 65% ascendeu à liderança dentro da própria companhia. A formação em Engenharia é a mais comum, com 47% da amostra, seguida de Administração, com 29%, e 9% de Economia. Na graduação, 30% cursaram Universidades Federais e 22% as PUCs. Entre os CEOs da amostra, apenas 5% são mulheres. As análises da Falconi se baseiam em dados coletados no terceiro trimestre deste ano (2024).

Em repercussão em seu perfil no LinkedIn, Rosileia Milagres, vice-presidente executiva de Educação Acadêmica na FDC, lembra que, além dos CEOs, outros líderes procuram também desenvolver tanto o conhecimento científico e técnico em suas áreas quanto os soft skills, como gestão estratégica de pessoas e relacionamentos. “Nos últimos cinco anos quase 300 profissionais C-level (entre CEOs, CFOs, diretores, presidentes e conselheiros) passaram pelo nosso Executive MBA. Já no Mestrado, foram mais de 60. No Doutorado, inaugurado em junho, cerca de 80% dos alunos são executivos seniores”, menciona.