Neste 13 de agosto o Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, falecido em 2019, completaria 100 anos. Dom Serafim, como era conhecido, ocupou várias posições de destaque na área de educação. Além de fundador e presidente do conselho curador da Fundação Dom Cabral (FDC), ele também foi Grão-Chanceler da PUC Minas e reitor da mesma universidade, no período de 1960 a 1981.
Dom Serafim formou-se em Humanidades e Filosofia no Seminário de Diamantina. Na sequência, ele foi para Roma, na década de 1940, onde fez o mestrado em Teologia e Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana. Sua ordenação se deu em 12 de março de 1949, na Catedral de São João Latrão, em Roma.
Na década seguinte, já de volta ao Brasil, exerceu várias funções, como a de capelão militar do 3º Batalhão Militar da Polícia Militar mineira, diretor de ensino religioso da Arquidiocese de Diamantina e professor de Direito Canônico no Seminário Provincial. Em 1959, aos 34 anos, foi nomeado Bispo Auxiliar de Belo Horizonte, aos 34 anos, o mais jovem bispo do Brasil. Já na década de 60, Dom Serafim fez parte do histórico Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965.
Nomeado cardeal em 18 de janeiro de 1998, ele recebeu sua investidura cardinalícia nos dias 21 e 22 de fevereiro do mesmo ano, das mãos do Papa João Paulo II. Foi um fato marcante, considerando que Belo Horizonte não é uma cidade cardinalícia.
Dom Serafim na educação brasileira
Após ser nomeado Bispo, em 1960, Dom Serafim assumiu a reitoria da Universidade Católica de Minas Gerais, contribuindo para a expansão da instituição. Além de fazer parte do Conselho Federal de Educação, Dom Serafim visitou diversos países e instituições ligadas à educação.
Enquanto Reitor, Dom Serafim renunciou o direito ao salário que tinha e esse montante era utilizado para apoiar o pagamento da mensalidade de alguns alunos. Em 1980, um ano antes de deixar a reitoria, criou a Fundação José Fernandes de Araújo (FJFA), instituição que levou o nome do seu pai, com a missão de contribuir para a inclusão social e a construção da cidadania, por meio da educação. A instituição existiu por 40 anos e neste período, foram concedidas mais de 8.000 bolsas de estudos.
Em 2020, um ano após a morte do Cardeal Dom Serafim (08/10/2019), a FJFA foi extinta e seus projetos foram incorporados pela FDC, com o propósito de dar continuidade ao legado do Fundador e Patrono da instituição. A FDC lançou o Centro Social Cardeal Dom Serafim, ligado à Educação Social, com destaque para o programa de bolsas de estudos que, somente em 2023, concedeu 547 bolsas em escolas parceiras e em programas próprios.
O cofundador da Fundação Dom Cabral e presidente da Diretoria Estatutária, professor Emerson de Almeida, define que Dom Serafim foi um líder inspirador, que “apontava a direção sem dirigir”. Por lá, ele ocupou, até o fim da vida, a presidência do conselho curador, que é a instância máxima de governança da instituição.
Segundo o professor Emerson de Almeida, “a vida de Dom Serafim sempre foi marcada por uma presença que, apesar de discreta, impactou milhares de pessoas, com sua capacidade de articulação e resistência”.
