“Os CIOs precisam mudar de líderes de tecnologia para impulsionadores de negócios, e as ações que eles tomarem é que determinarão, em grande parte, se as empresas nas quais trabalham poderão sobreviver e se manter competitivas”, diz Cezar Taurion, professor convidado e pesquisador do Núcleo de Inovação da FDC. Bastante conhecido do mercado de tecnologia, ele também atuou como Technical Evangelist da IBM e Diretor da PwC, portanto tem credenciais sólidas para a afirmação, que faz parte do artigo Cenários Tecnológicos: Transformações no Ambiente de Negócios, publicado na revista DOMContexto, da Fundação Dom Cabral.
Para Taurion, estamos vivendo uma quarta era do cenário de negócios nos últimos 25 anos, sendo um momento bem agitado, com mudanças vindas de todos os lados. “É um cenário de negócios cada vez mais imprevisível, frágil e acelerado. Inovações são criadas por startups, por empresas do mesmo setor ou por empresas de setores completamente diferentes. Novas tecnologias surgem diariamente”, explica.
A nova era também pode aposentar as três anteriores: a primeira foi marcada por Michael Porter e seu livro icônico – “Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência” e com uma proposta de inovação top-down. A segunda é marcada pelo pensamento de Clayton Christensen, resumido em outro livro marcante, o “Dilema da Inovação”. A visão era diferente da de Porter: inovação bottom up, com disruptores começando a ameaçar as empresas dominantes por baixo, conquistando espaços em mercados considerados pouco atraentes por elas.
Por fim, a terceira era foi marcada também por outro livro, o “Oceano Azul”, escrito por Chan Kim e Renée Mauborgne, que segundo Taurion atualizaram a visão bottom up, “mas gradual, como proposto por Christensen, com exemplos de inovadores que não pensavam nos produtos e competidores tradicionais, mas entravam em novos mercados ou rompiam mercados existentes, com inovações disruptivas”.
Em seu artigo, publicado na edição de julho-setembro da revista DOMContexto, Taurion também destaca que é essencial implementar uma cultura ágil de verdade e não apenas no discurso e narrativas. “Ser ágil para uma empresa é uma mudança transformacional, mais ou menos como a revolução de conceitos que Copérnico provocou na astronomia, ao derrubar o conceito do geocentrismo. Ser ágil significa que no centro do universo não está mais a empresa (e os clientes em órbita), mas o próprio cliente. A empresa é que orbita em torno dele”, explica. O artigo, na íntegra, está disponível aqui.