As iniciativas para redução – e mesmo eliminação – de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera são crescentes em várias áreas. A ideia é neutralizar a emissão, principalmente de dióxido de carbono (CO2), alcançando uma pegada neutra. O processo pode ser direto – quem produz a emissão captura o gás e o neutraliza – ou indireta, o que nos leva à criação do mercado de carbono.
A compensação do carbono emitido possui, inclusive, uma lógica: de um lado temos empresas que geram créditos de carbono por iniciativas positivas ao meio ambiente, incluindo o plantio de árvores ou transformação de aterros sanitários em áreas de produção de energia. Por outro lado, há empresas que não conseguem neutralizar a emissão de GEE que produzem, o que as transforma em potenciais compradoras de créditos de carbono.
O segundo caso, resumidamente, é o mercado de compensação de carbono. O tema é de interesse crucial para o Brasil, pois temos o potencial de liderar esse mercado em nível global, principalmente para atender a demanda de crédito de carbono dos países do hemisfério do Norte. A avaliação é de especialistas, como o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Cacá Takahashi.
Mercado de carbono precisa de regulamentação

Para avançar nesse caminho, a indicação de quem conhece o mercado envolve a necessidade de regulamentação, atualmente em discussão no país. A estruturação, com padrões, permitirá que o Brasil não perca o bonde e crie padrões de emissão de crédito, com a consequente atração de compradores internacionais que não conseguem neutralizar suas próprias emissões de GEE.
Mesmo no universo de quem já compensa a emissão de GEE, o mercado é grande no Brasil. Iniciativas não faltam, como a da Água na Caixa, que engarrafa água mineral em caixas de papelão e não em garrafas PET. Outro exemplo é o da No Carbon, que fabrica produtos lácteos de origem animal e neutraliza todas as suas emissões a partir do plantio de árvores nativas.