-
Inovação e transformação digital
Embora a experiência atual dos clientes no varejo seja similar a dos últimos anos, especialistas no tema, como Jean-Emmanuel Biondi, da Deloitte, apontam que o processo está à beira da disrupção. Quem deve responder pelas mudanças é o 5G, que deve funcionar como um acelerador para inúmeras tecnologias, como Internet das Coisas (IoT) e realidade aumentada (AR). Combinados ou não, esses recursos devem melhorar a experiência do cliente na loja em termos de personalização e engajamento com os produtos.
Outra frente de avanço deve acontecer com a melhoria da eficiência operacional, incluindo estoque, operações de loja e produtividade da mão de obra. As mudanças, nesse caso, são ainda mais relevantes. O uso da tecnologia para verificar a falta de estoque em tempo real e o reabastecimento mais racional de prateleira estão entre os ganhos. São melhorias que devem acontecer, por exemplo, pela combinação de câmeras e sensores inteligentes. A mão de obra também poderá ser aperfeiçoada com treinamento associado com realidade virtual (VR) e AR e segurança aumentada.
Realidade também no varejo do Brasil
O varejo brasileiro também poderá desfrutar dessa otimização, tanto pelo lado do cliente, como na operação dos grandes grupos, como aponta o artigo 5G: desafios para o varejo, escrito por Marcelo Repetto, diretor Regional da Claro. De acordo com ele, os desafios são complexos e envolvem aspectos técnicos e a experiência final do consumidor. Mas, se as barreiras forem superadas, o executivo aposta nos ganhos já citados, inclusive com a maior fidelização dos clientes e com um novo posicionamento estratégico do setor.
Repetto destaca algumas aplicações que o mercado local poderá aplicar quando adotar a tecnologia 5G. É o caso da criação de lojas inteligentes, que se adaptam automaticamente às preferências dos clientes. Na prática: será a combinação de recursos como Livestream Shopping, as já citadas AR e VR e ainda o metaverso. Com elas, o cliente terá uma experiência imersiva completamente diferenciada, com novas formas de experimentar o produto antes da compra.
Do lado operacional, ele reforça os ganhos com a gestão mais inteligente do giro de estoque. O cruzamento de dados em tempo real pode levar a promoções relâmpagos. Essa comunicação acontece usando os dispositivos de internet das coisas (IoT), outra das tecnologias favorecidas com o 5G. Esses dispositivos já se comunicam entre si com as redes atuais, mas a quinta geração turbina essa velocidade. O rastreamento do produto em toda a loja também permite identificar tendências de desistência de compra e pode indicar ações para reverter o processo.
O rastreamento também poderá ser utilizado para iniciativas de segurança, evitando roubos e até fraudes dentro das lojas. Por outro lado, é preciso estar de olho também na cibersegurança, protegendo o varejista contra fraudes e hackers.
Além de se preparar para ter um sistema de segurança cibernética eficiente, os lojistas precisam abordar outras questões com o avanço do 5G. Repetto lista, entre elas, a integração com sistemas existentes e a infraestrutura de rede necessária. Os investimentos devem incluir ainda a conscientização do consumidor para uso desses recursos e a consideração da diversidade do cliente brasileiro.
