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10 impactos da IA nas relações de consumo

Levantamento da Ericsson em 13 cidades do mundo lista dez tendências de inteligência artificial

ia no consumo © - Shutterstock
por Redação 25 de julho, 2024
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Um novo estudo da Ericsson buscou mostrar como a inteligência artificial (IA) vai impactar a forma que vivemos e consumimos produtos e serviços. No levantamento 10 Hot Consumer Trends, a equipe de pesquisas da empresa ouviu 6,5 mil pessoas, com idades entre 15 e 69 anos, em 13 grandes cidades de diferentes partes do mundo, também fãs de tecnologia. O resultado é um cenário futurista e influenciado pela inteligência artificial.

Compradores artificiais

Quase três em cada quatro consumidores entrevistados acreditam que a IA tem o potencial de transformar a indústria publicitária, personalizando propagandas e eliminando anúncios desconfortáveis. A previsão é de que assistentes de IA darão conselhos personalizados sobre o que comprar, incluindo desde itens de consumo que podem estar acabando em casa, como leite, até um novo jogo que acaba de ser lançado e que pode estar de acordo com suas preferências.

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Apesar da praticidade, essa questão abre discussões sobre vigilância digital e o quanto a privacidade de nossos dados está garantida com o uso de anúncios produzidos e distribuídos por inteligência artificial. Oito em cada dez participantes esperam que a indústria publicitária comece a redirecionar seu foco para influenciar decisões de compra de assistentes virtuais, em vez de impactar diretamente os humanos.

Moda generativa

moda generativa
© – Shutterstock

Duas em cada três pessoas antecipam que modelos gerados por IA, junto com influenciadores de mídias sociais, vão impactar a percepção de humanos no mundo real e potencialmente causar dismorfia corporal. A maioria acredita que a IA mudará nossos padrões de beleza e 60% preveem um aumento nos procedimentos de cirurgia plástica, em busca de obter a “aparência humana perfeita”.

No entanto, o impacto no mundo da moda ainda pode ser positivo, na visão dos entrevistados. Dois terços acreditam que a IA vai ajudar a indústria fast fashion a diminuir seu enorme impacto ambiental, além de ajudar no reaproveitamento de roupas não utilizadas a partir de soluções de revenda. Obviamente, também é esperado o surgimento de estilos de design totalmente novos, influenciados pela inteligência artificial.

Filmes personalizados por IA

filmes personalizados
© – Shutterstock

A inteligência artificial pode mudar totalmente a indústria do entretenimento, na visão dos entrevistados, sendo que 79% deles preveem a possibilidade de criar seus próprios filmes interativos, variando de comédias românticas a aventuras de ficção científica, adaptando a obra de acordo com seu humor.

O potencial da IA vai além da criação de personagens fictícios; ele se estende à clonagem de amigos para que eles apareçam nesses filmes. Dois terços dos entrevistados acreditam na capacidade de criar personagens de IA com base em seus amigos, permitindo que esses personagens desempenhem um papel nas próprias narrativas.

Obviamente, isso levanta preocupações sobre uma confusão que pode ocorrer entre o real e o digital, uma vez que 63% temem que as narrativas criadas por IA tragam insatisfações com a vida real. Há uma possibilidade de personagens de IA servirem como uma “saída emocional” das pessoas, na visão de 68% dos entrevistados.

Gêmeo digital humano

O conceito de gêmeo digital já é utilizado na indústria para simular a produção de sua planta no mundo virtual. A medida é uma forma de prever situações de parada para manutenção ou outros empecilhos que diminuam a produtividade, permitindo que medidas sejam tomadas no mundo real para evitá-las.

O mesmo conceito poderia ser aplicado com pessoas, na visão dos entrevistados. Eles acreditam que, em 2030, 80% das pessoas usarão simulações de IA para tomar decisões que alteram a vida. Para 79%, será possível simular os impactos na saúde das mudanças de estilo de vida, enquanto 74% se veem testando suas proezas culinárias por meio de simulações digitais. Três quartos ainda acreditam que simularão suas carreiras com uma década de antecedência para explorar possíveis caminhos.

IA vira babá

ia vira baba
© – Shutterstock

Há uma expectativa de 78% de que um cuidador personalizado por IA traga impacto positivo na vida de pais e mães. No entanto, 74% estão preocupados com a potencial falta de valores humanos. Muitos temem que uma ênfase excessiva em programas gerados por IA possa levar a uma diminuição da inteligência criativa e emocional entre as crianças.

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Dois em cada três entrevistados esperam uma realidade em que a IA molde o crescimento social das crianças, guiada por pais que predefinem as características e traços de seus filhos. Enquanto 34% que acreditam nesta realidade veem isso como um efeito negativo, a maior parte (66%) enxerga o fato como um desenvolvimento positivo para a sociedade. Dois terços pensam que a IA pode orientar crianças para carreiras escolhidas por seus pais, por exemplo.

Ainda segundo a pesquisa, 70% esperam que entregar as rédeas aos assistentes de IA aumentará o controle geral e a segurança na criação dos filhos. Além disso, 78% preveem que os assistentes de IA equipados com sensores se tornarão predominantes no monitoramento da segurança das crianças.

Governo por IA

cidade ia
© – Shutterstock

Metade dos entrevistados prevê que a IA melhorará a forma de governar e cerca de 75% defendem que ela criará cidades e estados melhores. A ideia de governança alimentada por IA não é atraente apenas em âmbito social, mas também em um nível pessoal. Entre aqueles que acreditam que a IA tem o poder de melhorar o governo, 86% também defendem que o governo impulsionado pela IA melhorará pessoalmente suas vidas. A IA ainda teria o potencial de criar sociedades mais inclusivas, segundo 75% dos entrevistados, atendendo necessidades individuais e promovendo uma sociedade mais centrada no ser humano.

O desafio, segundo a visão dos entrevistados que não acreditam em um impacto positivo da IA no governo, estará na competição entre as próprias inteligências artificiais. Isso porque eles acreditam que haverá uma disputa entre IAs corporativas, de governo e pessoais. Cerca de 70% das pessoas enxergam um choque entre esses sistemas, o que preocupa metade dos respondentes, que preveem um impacto negativo em suas vidas pessoais com essa disputa.

Dois em cada três entrevistados acreditam que as IAs de governo precisarão negociar com as IAs corporativas para alcançar uma economia equilibrada e sistemas de bem-estar. Essa negociação pode levar a um combate desigual, pois 72% também acreditam que as IAs corporativas irão aumentar os lucros corporativos ao superar as IAs sociais.

Impacto no trabalho

Para 84% dos entrevistados que são otimistas com a inteligência artificial, os assistentes de IA vão ser comuns e ajudar no desempenho de trabalhadores, sendo que 81% enxergam esse benefício diretamente em suas carreiras e 70% preveem a IA como essencial para a evolução profissional. Além disso, 81% esperam que a IA monitorará o comportamento dos funcionários, acabando com a discriminação e a improdutividade no ambiente de trabalho.

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Entre os entrevistados que não estão otimistas com tais perspectivas, 67% temem que os assistentes de IA tornarão o trabalho sem sentido. Dois em cada três também temem que isso possa impactar negativamente suas vidas profissionais, diminuindo salários.

Guerra de dados

guerra de dados
© – Shutterstock

Para 74% dos otimistas, os cidadãos podem ter que compartilhar detalhes íntimos de suas vidas — incluindo saúde, localização, consumo de energia e atividade física — para acessar o sistema de bem-estar de seu governo, mas apenas 55% acreditam que o compartilhamento de dados produzirá um impacto positivo em suas vidas pessoais. A regulamentação poderia evitar que empresas e governos obrigassem pessoas a ter que compartilhar dados íntimos, na visão de 76% dos entrevistados.

Entre os pessimistas, 77% acreditam que hackers vão encher sistemas de IA com dados falsos e distorcer os resultados, enquanto 72% preveem que as organizações produzirão dados falsos para influenciar as decisões de IA a seu favor.

IA sem controle

Os modelos de inteligência artificial acessam dados para se desenvolver, incluindo os protegidos por direitos autorais, mas o volume de informações uma hora deve acabar e 71% dos entrevistados temem que as IAs acabem aprendendo com outras IAs, em vez de usarem dados humanos, o que poderia levar ao caos.

Essa desordem potencial pode se manifestar de várias maneiras. Talvez os sistemas de IA possam ficar menos inteligentes ou que elas possam acabar se comunicando sem intervenção humana, a fim de aumentarem sua eficiência. Se as IAs chegarem neste ponto e não houver uma compreensão humana, 74% dos entrevistados veem a possibilidade de surgir uma sociedade de IA clandestina. Cerca de 60% acreditam que um cenário assim pode ser desafiador para a coexistência entre IAs e humanos.

IA guardiã

Três em cada quatro entrevistados enxergam a possibilidade da IA seja uma guardiã de seus dados pessoais em suas interações digitais. Além disso, 70% acreditam que novas leis e regulamentações capacitarão os cidadãos a controlarem o uso de seus dados pessoais, enquanto as operadoras de telefonia móvel devem intensificar a luta contra os golpistas de IA, bloqueando-os automaticamente.

Para 74%, a perspectiva de ter seu próprio assistente de IA, protegendo todas as interações digitais, parece promissor. Mas, 54% se preocupam se a dependência a essa funcionalidade pode se tornar grande o bastante para não sermos capazes de fazer um pagamento sem um assistente de IA. Isso leva 62% dos respondentes afirmarem que a conectividade baseada em IA deve ser reconhecida como um direito humano até 2030, a fim de evitar a exclusão digital.




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